Duas autoridades do Hamas disseram à BBC que as discussões para escolher um sucessor para o líder do grupo Yahya Sinwar, cujo assassinato foi confirmado na quinta-feira, começarão muito em breve.
As autoridades disseram que Khalil al-Hayya, deputado Sinwars e os grupos mais altos funcionários fora de Gaza, é considerado um forte candidato.
Al-Hayya, que está baseado no Catar, atualmente lidera a delegação do Hamas em negociações de cessar-fogo entre o grupo e Israel, e possui um profundo conhecimento, conexão e compreensão da situação em Gaza.
Os líderes do Hamas se reunirão mais uma vez para selecionar um sucessor para Sinwar, que era o homem mais procurado de Israel, apenas dois meses após o assassinato do ex-líder Ismail Haniyeh em Teerã.
Um alto funcionário do Hamas descreveu Sinwar como o arquiteto dos ataques de 7 de outubro, enfatizando que sua nomeação foi concebida como uma mensagem ousada de desafio contra Israel.
Desde julho, as negociações de cessar-fogo pararam, e muitos acreditam que a liderança de Sinwars foi um obstáculo significativo para qualquer acordo de cessar-fogo.
Apesar do assassinato de Sinwar, um alto funcionário do Hamas reiterou à BBC que os movimentos condições para aceitar um cessar-fogo e a libertação de reféns israelenses não mudaram.
O Hamas continua a exigir uma retirada israelense completa de Gaza, o fim das hostilidades, a transferência de ajuda humanitária e a reconstrução do território devastado pela guerra - condições que Israel rejeitou categoricamente, insistindo que o Hamas deve se render.
Quando questionados sobre o pedido do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para que o Hamas desistisse de suas armas e se rendesse, funcionários do movimento responderam: “É impossível para nós nos rendermos.
Estamos lutando pela liberdade de nosso povo e não aceitaremos a rendição.
Lutaremos até a última bala e o último soldado, assim como Sinwar fez.” O assassinato de Sinwar foi uma das perdas mais significativas para a organização em décadas.
No entanto, apesar dos desafios de substituí-lo, o Hamas tem um histórico de perdas de liderança duradouras desde a década de 1990.
Embora Israel tenha conseguido matar a maioria dos líderes e fundadores do Hamas, o movimento provou ser resiliente em sua capacidade de encontrar novos.
Em meio a essa crise, permanecem dúvidas sobre o destino dos reféns israelenses mantidos em Gaza e quem será responsável por sua segurança e proteção.
Neste contexto, Mohammed Sinwar, irmão de Yahya Sinwar, emergiu como uma figura fundamental.
Acredita-se que ele esteja liderando os grupos armados remanescentes do Hamas e pode desempenhar um papel crucial na formação do futuro do movimento em Gaza.
Enquanto o Hamas navega neste momento crítico, a guerra em Gaza continua.
Dezenas de pessoas foram mortas no campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza, no sábado, quando as tropas israelenses intensificaram os ataques contra o que Israel diz serem tentativas do Hamas de se reagrupar.