Volodymyr Zelensky rejeitou uma visita do secretário-geral da ONU, António Guterres, à Ucrânia durante sua viagem à Rússia, disse à BBC uma fonte do gabinete presidencial.
Depois de participar de uma cúpula Brics na cidade russa de Kazan nesta semana, Guterres queria visitar Kiev, entende a BBC.
O presidente não confirmou sua visita, disse a fonte à BBC.
Depois de Kazan e depois que ele apertou as mãos com o instigador da guerra e passou o Dia da ONU no território do país agressor, seria de alguma forma estranho hospedá-lo aqui.
A visita de Guterres à Rússia – que lançou uma invasão em grande escala da Ucrânia em 2022 – foi recebida com consternação em toda a Ucrânia.
Durante sua visita, Guterres pediu uma paz justa na Ucrânia e reiterou sua posição a Putin de que a invasão russa do país violava a Carta das Nações Unidas e o direito internacional.
Em um comunicado antes da visita de Guterres a Kazan, o Ministério das Relações Exteriores ucraniano disse: “Esta é uma escolha errada que não avança a causa da paz.
Isso só prejudica a reputação da ONU.
O secretário-geral da ONU recusou o convite da Ucrânia para a primeira Cúpula Global de Paz na Suíça.
Ele, no entanto, aceitou o convite para Kazan do criminoso de guerra Putin, acrescentou o comunicado.
Realizada por iniciativa da Ucrânia, a cúpula de junho na Suíça contou com a presença de mais de 90 nações.
Condenou a invasão russa da Ucrânia, oferecendo uma proposta de paz sobre como acabar com a guerra.
Moscou - que não foi convidada - rejeitou a reunião como sem sentido.
Em 2023, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão para o presidente russo Vladimir Putin por supostos crimes de guerra na Ucrânia.
A Rússia não reconhece o TPI, que coopera estreitamente com a ONU.
Durante a cúpula do Brics em Kazan, Guterres emitiu uma declaração que dizia: “Precisamos de paz na Ucrânia.
Uma paz justa de acordo com a Carta das Nações Unidas, o direito internacional e as resoluções da Assembleia Geral.
O escritório de Guterres justificou sua participação na cúpula, referindo-se ao papel de Brics em impulsionar a cooperação global.
Criada em 2006 pelo Brasil, Rússia, ndia e China, Brics foi posteriormente acompanhada pela África do Sul, Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.
Vários analistas dizem que alguns pesos pesados da Brics, como Rússia e China, têm procurado desafiar o grupo G7 das sete maiores economias do mundo.
Os atuais membros do G7 são Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e EUA.