Os tribunais argentinos ordenaram a prisão de 61 brasileiros que enfrentam penas de prisão por seu envolvimento nos motins de Brasília no ano passado.
Em janeiro de 2023, apoiadores do ex-presidente de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro, invadiram o Congresso em uma tentativa de derrubar o novo governo de esquerda liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, comumente conhecido como Lula.
Centenas de manifestantes foram presos, acusados e libertados sob fiança.
Alguns foram condenados e sentenciados.
Mas outros fugiram para a Argentina para escapar de suas sentenças - particularmente depois que o político de extrema direita Javier Milei foi eleito presidente em dezembro de 2023.
O juiz Daniel Rafecas disse que os mandados se aplicariam àqueles que tivessem "convicções com sentenças de prisão definitivas", informou o canal de notícias brasileiro Globo.
Em junho deste ano, as autoridades brasileiras emitiram um pedido de extradição para a Argentina em busca de ajuda na extradição de mais de 140 manifestantes processados.
Mas muitos no Brasil questionaram se o governo Milei concordaria.
O presidente argentino é amigo de Bolsanaro e tem sido um firme crítico de Lula.
No entanto, em outubro, a Argentina cancelou o asilo político para pessoas que foram condenadas por crimes em seu país de origem.
E na sexta-feira, um juiz do Tribunal Federal da Argentina decidiu que os mandados de prisão deveriam ser emitidos, observando o pedido da Suprema Corte do Brasil.
A mídia local também informou que a polícia local prendeu na sexta-feira um fugitivo na cidade de La Plata, a cerca de 60 quilômetros da capital argentina, Buenos Aires.
Não está claro se o paradeiro dos outros manifestantes é conhecido.
O governo brasileiro acredita que os motins de janeiro de 2023 foram parte de uma tentativa de golpe orquestrada por Bolsonaro após sua derrota em uma eleição presidencial fortemente contestada em outubro anterior.
Ele nega qualquer envolvimento.
Mas nas semanas seguintes à eleição, ele fez repetidas reivindicações nas mídias sociais questionando os resultados da votação e a integridade do sistema de votação eletrônica do Brasil.
Menos de uma semana após a posse de Lula, em janeiro de 2023, milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram o prédio do Congresso, a Suprema Corte e o Palácio Presidencial em Brasília.
Os mandados de prisão vêm apenas dois dias após outro ataque na Praça Três Poderes de Brasília, onde um ex-candidato político cometeu um ataque suicida fora da Suprema Corte.
A polícia nomeou o homem como Francisco Wanderley Luiz, que ficou sem sucesso nas eleições do conselho para o Partido Liberal de Bolsonaro.