A polícia do Brasil prendeu cinco pessoas suspeitas de planejarem matar Luiz Inácio Lula da Silva pouco antes de ele ser empossado como presidente.
Quatro dos detidos na terça-feira são soldados e um é policial, informou a mídia local.
Os cinco foram supostamente parte de um plano para matar o presidente eleito Lula e seu companheiro de chapa vice-presidencial, Geraldo Alckmin, em 15 de dezembro de 2022, pouco mais de duas semanas antes da posse presidencial.
Lula foi eleito em outubro de 2022, derrotando por pouco Jair Bolsonaro, que nunca aceitou publicamente a derrota.
Uma semana depois que Lula foi empossado, apoiadores de Bolsonaro invadiram o Congresso, a Suprema Corte e o palácio presidencial e vandalizaram os edifícios.
A polícia finalmente limpou os edifícios dos manifestantes e deteve milhares.
Investigações sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023, bem como supostas tentativas anteriores de impedir Lula de ser empossado, estão em andamento desde então.
No entanto, esta é a primeira vez que a polícia revela uma suposta tentativa de assassinar Lula.
Falando após a notícia das prisões, o ministro das Comunicações Sociais, Paulo Pimenta, disse que a suposta conspiração para assassinar Lula e Alckmin tinha quase ido em frente.
“Foram apenas detalhes que impediram [de ser realizado]”, disse o ministro.
O site de notícias brasileiro G1 disse que o que era particularmente preocupante era que quatro dos presos eram membros ativos das forças armadas e o quinto era membro da força policial.
A agência de notícias AFP citou uma fonte da polícia federal dizendo que os quatro soldados "foram presos no Rio, onde estavam participando da operação de segurança para a reunião dos líderes do G20" atualmente em andamento na cidade brasileira.
De acordo com o G1, os quatro soldados, que tiveram treinamento das forças especiais, são acusados de fazer parte de uma organização criminosa conspirando contra Lula.
A polícia federal do Brasil disse em comunicado que suas investigações "indicam que a organização criminosa usou um alto nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022".
De acordo com o comunicado, os conspiradores não apenas planejavam assassinar o presidente eleito e o vice-presidente eleito, mas também queriam prender e executar um membro da Suprema Corte uma vez que seu golpe fosse bem-sucedido.
A polícia disse que os conspiradores apelidaram a operação de "dagger verde e amarelo", em referência às cores da bandeira brasileira.
Segundo a polícia federal, os conspiradores haviam debatido a melhor forma de "neutralizar" Lula e Geraldo Alckmin e teriam decidido envenenar o presidente eleito.
As prisões foram realizadas nas primeiras horas da manhã de terça-feira, horário local, e foram autorizadas pelo juiz da Suprema Corte, Alexandre de Moraes.